Desde
as mais suaves até as mais chatinhas, elas são um incômodo comum e
onipresente. "As dores na gestação são alterações usuais, mas não
obrigatórias", explica Daniela Maeyama, ginecologista e obstetra do
Hospital São Luiz, de São Paulo, e especialista em reprodução humana.
São diversos fatores que contribuem para o aparecimento delas, como o
peso e o preparo físico materno, o tamanho do bebê e o quanto a mulher
engorda ao longo do pré-natal. confira as mais frequentes.
1- Dor nos seios
Esse
incômodo é comum, principalmente nas primeiras semanas de gestação.
Nessa fase, as mamas aumentam de volume. A razão? Elas estão se
preparando para a amamentação. "Nem todas as grávidas se queixam disso.
Para algumas, isso chega a ser imperceptível", observa a ginecologista e
obstetra do Hospital São Luiz, Daniela Maeyama. Além do tamanho, as
mamas ainda sofrem outras alterações, não dolorosas, porém visíveis,
como o escurecimento do mamilo e da auréola e o aumento da
vascularização local.
2- Dor pélvica
Bastante
comum, ela acontece por causa do crescimento e do enrijecimento do
útero na gestação. "Na maioria das vezes, não está relacionada com
nenhuma patologia, mas com as contrações que a mulher tem durante a
gravidez", explica Mariano Tamura, ginecologista e obstetra do Hospital
Israelita Albert Einstein, de São Paulo. Essa dor tem intensidade e
localização variável de acordo com o período da gravidez. "Aumenta
principalmente quando o bebê inicia a descida da parte superior para a
parte inferior da bacia", completa Daniela.
3- Dor lombar
O
incômodo é consequência do peso da barriga, conforme a gestação avança.
Para sustentar o corpo, é natural que a mulher mude seu eixo, projete o
tórax para a frente e afaste as pernas. "É uma nova posição que o corpo
encontra para se equilibrar. E isso força bastante os músculos da
região lombar", explica Mariano Tamura. Ou seja, é uma dor totalmente
previsível.
4- Dor na virilha e na raiz da coxa
"Aparecem
geralmente por volta da 26ª semana e ocorre porque, nessa fase, o feto,
o líquido amniótico e a placenta já somam um peso considerável sobre a
pelve", explica a obstetra Daniela Maeyama. Essa sobrecarga comprime os
músculos e com eles vasos e nervos. Na medida em que a gestação avança,
portanto, o incômodo tende a aumentar. "Após a 34ª semana, o peso fica
ainda maior. Nessa fase, os bebês chegam a ganhar 300 g a cada sete
dias", completa a ginecologista do Hospital São Luiz. Como aliviar o
problema? Com bastante repouso. Vale lançar mão também de alguns tipos
específicos de cinta para gestantes. Nos casos mais intensos, o médico
pode prescrever analgésicos.
5- Dor de cabeça
"O
padrão hormonal da gravidez predispõe a mulher a ter sonolência e
indisposição. Mas não a dor de cabeça propriamente dita", esclarece o
obstetra Mariano Tamura. O que pode acontecer é o crescente inchaço,
acúmulo de líquidos que afeta o todo o corpo. Por causa disso, a
gestante fica mais predisposta a ter, por exemplo, a sinusite e,
consequentemente, uma dor de cabeça. "A cefaleia pode ocorrer também nas
primeiras semanas após a concepção devido à fase de adaptação hormonal
e, sobretudo, nas mulheres com histórico de cefaleias frequentes e
enxaqueca", completa Daniela. Ainda assim, fica um sinal de alerta: se
for permanente e muito intensa, a dor deve ser pesquisada para se
certificar de que não há nenhuma alteração mais grave.
6- Cólicas
As
cólicas são normais e estão presentes em todos os momentos da gravidez.
Numa primeira fase, ela está ligada ao crescimento do útero e depois às
contrações. "Mas ela deve ser relatada ao médico sempre. São um sinal
de alarme cólicas intensas em demasia e acompanhadas de sangramento
vaginal", alerta o obstetra Mariano Tamura. Vale lembrar que, dependendo
do tempo de gravidez, as cólicas podem sinalizar que está chegando a
hora de o bebê nascer. "No final da gestação, é comum sentir cólicas
leves e de curta duração, mas, se elas forem contínuas, durarem mais de
45 segundos e ritmadas (uma a cada três minutos), pode ser sinal de que a
mulher está entrando em trabalho de parto", avisa Daniela Maeyama.
7- Dor nas articulações
As
dores articulares estão associadas ao acúmulo de líquido nas
articulações, comum nessa fase. E isso causa dor porque deixa alguns
nervos comprimidos, além de prejudicar a mobilidade dos dedos. "Por
isso, é muito comum a sensação de dor ou dormência nas extremidades do
corpo, muito frequente nas mãos e que pode até deixar a mulher mais
atrapalhada", justifica Mariano Tamura.
8- Dores nas pernas
A
gravidez sobrecarrega o corpo da mulher e, principalmente, seu sistema
cardiovascular. E é ai que surgem os inchaços e as dores nas pernas. "A
circulação fica mais lenta", explica a obstetra Daniela Maeyane. No
calor, o inchaço fica mais evidente e o repouso traz um grande
benefício. O que ajuda nessa fase: prática de uma atividade física, como
a caminhada, o uso de meias elásticas de suave a média compressão,
fisioterapia e drenagem linfática. "A ingestão de líquidos estimula o
funcionamento dos rins e isso também colabora para a redução do
inchaço", recomenda Daniela. Vale ainda evitar comidas salgadas.
9- Dores de estômago
Pense
que na gestação, a cada dia que o bebê cresce, sobra menos espaço
dentro de você. Por isso, é tão comum aquela sensação de estômago
apertado. Nessa fase, também o sistema digestivo fica mais lento e assim
a futura mamãe se sente cheia com uma quantidade menor de alimentos. A
consequência são a azia e o refluxo. Para evitar isso, os médicos
recomendam que a gestante coma pequenas quantidades em curtos intervalos
de tempo. "Não se deite logo após uma refeição, especialmente à noite.
Por questões mecânicas mesmo. Nessa posição, fica mais fácil a comida
voltar", aconselha o ginecologista Mariano Tamura.
Fonte: Bebê