domingo, 26 de maio de 2013

É HORA DO DESAPEGO! APRENDA A SE LIVRAR DAQUILO QUE TE FAZ MAL



Você já ouviu falar que o mundo é o reflexo de nossos pensamentos? Essa frase nos dá a dimensão da importância deles, que surgem em um fluxo constante. A cada dia, somos bombardeados por milhões de pensamentos, que se sucedem inexoravelmente.

Somos compostos de três partes: o corpo físico, a mente e a alma. O corpo físico é o mais fácil de ser explicado e entendido: é a parte sólida que ocupa tempo e espaço e está sujeito às leis da degradação. Sobre a alma, discorri mais longamente naquela ocasião. Hoje, vamos abordar o funcionamento da mente, que gera nossos pensamentos. Grande parte deles flui, automaticamente, em direção àquilo que julgamos ser capaz de nos fazer felizes - ainda que essa felicidade seja ilusória, pois depende do mundo lá fora e de toda a sua impermanência.


Nossa mente produz, sem parar, impulsos diante das coisas de que gostamos e não gostamos. Assim, vamos criando um leque de desejos e padrões de comportamento. E acabamos desenvolvendo apego a tudo o que associamos à nossa felicidade, o que pode ser uma fonte infindável de sofrimento.

Se achamos que algo nos traz satisfação e alegrias, não vamos querer abrir mão disso de jeito nenhum. É até natural. Veja como funciona: desejamos ardentemente determinado carro, compramos e ficamos superfelizes na hora. Mas, por algum motivo, precisamos vender depois o tal carro - e, imediatamente, nos tornamos infelizes. Isso antes mesmo de passarmos o automóvel adiante. Sofremos com a simples ideia de perder o objeto que tempos atrás gerou nossa felicidade!

Mas será que precisamos mesmo daquele carro ou de algo assim para nos sentirmos felizes? Se nessas horas não usamos nosso intelecto, que discrimina e analisa, deixamos as emoções nos dominarem. Percebeu? Quando desejamos o que quer que seja - riqueza, beleza, fama, poder - a qualquer custo, sem a ponderação e o discernimento necessários, nos tornamos escravas da nossa ambição. É como se o diabo estivesse lá nos fazendo cair em tentação permanentemente. E é aí que entra o desapego.

Podemos, sim, ter tudo o que queremos, mas vivemos melhor se estamos sempre prontas para desistir de bens materiais, perder, desapegar. Devemos desenvolver nosso intelecto para sermos capazes de questionar e analisar o poder de cada coisa a todo instante. Sei que não é fácil. É uma batalha constante para nos mantermos vigilantes. Aprofundar esse espírito do desapego requer prática - e prática diária, como se estivéssemos aprendendo um esporte.

Um começo é transcender o ego individualista e penetrar na cons-ciência coletiva, expandindo para além do umbigo. A partir de agora, antes de qualquer ação, faça a pergunta: "Isso é bom só para mim ou para todos os envolvidos?" Vá aos poucos eliminando o conceito EU-MEU e adotando a ideia de NÓS-NOSSO. Pode ser um ótimo primeiro passo. A proposta é ser, ao mesmo tempo, observador e objeto observado. Com essa atitude, sua mente iniciará um treino e logo você estará olhando para as próprias ações sob uma perspectiva mais analítica. Tenha paciência. É preciso tempo para dominar qualquer prática. Mais ainda para aquilo virar hábito. Porém, nada melhor do que um novo ano para colocarmos metas e objetivos em nossa vida... Então, agora é a hora!

Fonte: Claudia