Durante a passagem do bebê a MAP (músculo do assoalho pélvico) é distendida mais de três vezes acima de sua capacidade normal de resistência. Ainda, durante o encaixe e expulsão do bebê, a inervação local sofre um longo período de compressão. A compressão contínua de uma inervação dificulta sua oxigenação e pode comprometer seu funcionamento. Na prática, um nervo lesionado leva ao mal funcionamento das estruturas inervadas por ele, no caso, a MAP, bexiga, uretra, vagina e esfíncter anal. De fato, estudos vêm mostrando que a função elétrica (funcionamento) do nervo pudendo (que inerva a região uro-genital) é reduzida em mulheres que tiveram partos, especialmente partos normais.
Mas, normalmente, as lesões por compressão nervosa tendem a regredir em algumas semanas ou, nos casos de partos mais demorados, logo nos primeiros meses. Já para os casos de lesão muscular ou ligamentar, a correção normalmente precisa ser cirúrgica. Em alguns casos, mais brandos, exercícios específicos de fortalecimento da MAP podem fazer com que essa musculatura melhore a sustentação dos órgãos pélvicos, não necessitando cirurgia.
Não é difícil imaginar que se a MAP contrair-se durante a passagem do bebê, a lesão pode ser maior. Desta forma, mulheres que exercitam regularmente sua MAP, apresentando assim um grau maior de coordenação motora e controle da musculatura, apresentam grande vantagem. Mulheres que dominam os exercícios perineais têm maior facilidade em relaxar a MAP para permitir a passagem mais tranquila do bebê, e ao mesmo tempo contrair os abdominais, ajudando na expulsão. A respiração lenta e profunda trabalhada nestes exercícios ajuda a economizar energias para o momento da expulsão.
Para o parto normal, o movimento exigido da mulher é exatamente o mesmo utilizado na segunda etapa dos exercícios com o ben wa: contração da musculatura abdominal e relaxamento da MAP. Contudo, exercícios não orientados durante a gestação oferecem grande risco, e portanto só são indicados com o aval de um profissional competente.
Outra técnica útil na preparação para o parto vaginal é a massagem perineal. Quando realizada de maneira correta, no período certo e com frequência adequada ela tende a aumentar na elasticidade e alongamento da entrada da vagina, importante para o momento da passagem do bebê. Pode-se inclusive minimizar ou até evitar a necessidade de episiotomia (pequeno corte realizado pelo obstetra na entrada do canal vaginal para facilitar a passagem do bebê).
Fonte: Perineo.net