sexta-feira, 12 de julho de 2013

ENTENDA A FUNÇÃO DO ASSOALHO PÉLVICO NO MOMENTO DO PARTO


A gestação é um período de grandes mudanças corporais e psicológicas na vida da mulher. Apesar de natural, este estado exige alguns novos cuidados para com a saúde. Hoje já é sabido que, dentre estes cuidados, os exercícios para a musculatura do assoalho pélvico (MAP) são indispensáveis.

A MAP fecha a parte inferior da pelve. Por este motivo eles acabam sustentando o peso dos chamados órgãos pélvicos (útero, ovários, bexiga, etc), mantendo-os em suas posições normais dentro da cavidade pélvica, e sendo exigidos constantemente durante toda a vida a mulher para estabilizar qualquer tipo esforço, por menor que seja. Os órgãos são sustentados por ligamentos e fáscias (elásticos biológicos que prendem os órgãos aos ossos). Como qualquer elástico, os ligamentos e fáscias não podem ser submetidos a tensão constante: eles podem ser exigidos apenas em períodos curtos de tempo. Do contrário eles vão sofrendo microlesões e por fim podem vir a ser rompidos. Quem evita este tipo de sobrecarga, e portanto de lesão, é justamente a MAP, que contrai-se vigorosamente empurrando os órgãos para cima durante os esforços, protegendo o trabalho dos ligamentos.

Quando a MAP está fraca os ligamentos são lesionados e falham em sua função de sustentação. Então os órgãos saem de sua posição natural (descem), ocasionando problemas como os prolapsos genitais e a incontinência urinária, comuns em mulheres em todas as faixas etárias. No entando, estes problemas são muito mais comuns em mulheres com um ou mais partos.

Durante a gestação, como se pode imaginar, a sobrecarga na MAP é radicalmente aumentada. Afinal, além de sustentar o peso constante dos órgãos pélvicos agora ela precisa sustentar todo o peso do bebê e dos anexos embrionários (placenta, líquido amniótico, etc), durante todo o dia - especialmente quando a mulher está em pé ou sentada. Por este motivo seria ideal que a mulher, ao planejar ter filhos, treinasse sua MAP antes e durante a gestação. Os treinos de força, de coordenação motora da MAP e a massagem perineal são exemplos de terapias bastante úteis para minimizar os problemas descritos. Ainda, é importante lembrar que problemas como incontinência urinária e prolapso genital podem surgir tanto no pós-parto imediato quanto tardiamente (anos depois).

Durante a gestação, MAP fortes oferecem um apoio maior ao útero, o que reduz a pressão sobre a bexiga e diminui as dores lombares, comuns neste período; evitam a sobrecarga nas fáscias e ligamentos, reduzindo o risco de prolapso genital e garantem uma recuperação mais rápida e tranquila após o parto.

Importância da MAP no parto vaginal ou cesário
O maior causador de lesão do assoalho pélvico é o parto. As lesões que originam os prolapsos genitais, por exemplo, podem ser visualizadas em mulheres que têm filhos, mas quase não são encontradas nas mulheres sem filhos, o que indica que o parto deve ser o maior responsável por estas lesões. Mas ao contrário do que se pode imaginar, não é o parto normal o único responsável por este tipo de lesão. As lesões do assoalho pélvico ocorrem duranto o segundo estágio do trabalho de parto (ou período expulsivo), onde as contrações uterinas mais fortes fazem com que a cabeça do bebê seja projetada repetidamente contra o assoalho pélvico. É neste período que acontece a dilatação do colo uterino.

É importante frisar que o período expulsivo está presente tanto no parto normal quanto na maioria dos partos cesários. É comum que a cesária seja inciada quando o colo uterino já começou a se dilatar, ou seja, com o período expulsivo já inciado. Em suma, ao serem alcançados os nove centímetros de dilatação do colo uterino, o que havia para ser lesionado já o foi. Músculo preparado corre menos risco de lesão. Assim, a mensagem que fica é que, tanto para o parto normal quanto para a cesariana, a MAP deve ser preparada - com exercícios. Em conjunto, os treinos de força, de coordenação motora da MAP e a massagem perineal durante a preparação para o parto, todos executados por fisioterapeuta especializado, podem minimizar em muito os riscos.

Fonte: Perineo.net