quinta-feira, 8 de agosto de 2013

VOCÊ SABIA QUE O ANISMO PODE SER A CAUSA DA SUA CONSTIPAÇÃO INTESTINAL?


Para evacuar eficazmente é necessário que a MAP seja devidamente relaxada e que os abdominais sejam contraídos moderadamente. No assoalho pélvico são dois os grupamentos musculares que fecham o reto: os esfíncteres anais, mais externos, e a MAP (principalmente o músculo puborretal) mais interna. É relativamente comum encontrar mulheres cuja causa da constipação seja incoordenação muscular, ou seja, mulheres que, para evacuar, relaxam os esfíncteres anais mas deixam a MAP contraída (especialmente um músculo chamado puborretal), dificultando ou até impossibilitando a evacuação. Esta situação de não relaxamento do músculo puborretal, dificultando a evacuação, é conhecida como anismo. Conhecer e aprender a contrair e relaxar de maneira apropriada o músculo que está confuso normalmente é suficiente para resolver o problema.

Como evitar?

Pouca gente sabe, mas a postura para evacuar é fundamental para que o esvaziamento intestinal seja realizado de maneira eficaz. Para tanto, é necessário sentar-se confortavel e relaxadamente, afastar suficientemente as pernas (a calcinha não deve ficar nem nas coxas e nem nos tornozelos, mas deve ser tirada ao menos de um dos pés). O tronco deve estar inclinado levemente para a frente, o suficiente para que os cotovelos possam repousar por sobre os joelhos. Para que isso seja possível mesmo fora de casa, é fundamental que a mulher procure se reeducar psicologicamente (nem sempre banheiro fora de casa significa banheiro sujo) e procurar formas alternativas de proteção, como por exemplo capas descartáveis para cobrir a tampa do vaso.

É complicado tentar regredir falhas educacionais que, enraizadas em nossa cultura, vão sendo passadas de mãe para filha durante gerações sem que se perceba o erro nos conceitos mais básicos. Quando a dificuldade em vencer uma questão psicológica dessas é maior, a ajuda de um profissional de psicologia pode ser bastante útil. Estar atenta a estes conceitos na educação das novas gerações é fundamental para que, desde agora, as meninas de hoje conheçam e aceitem naturalmente e sem preconceitos a forma correta de evacuar, não se tornando as mulheres constipadas de amanhã. Também é importante manter um acompanhamento regular com médico ginecologista e fisioterapeuta especialista sobre as condições gerais do assoalho pélvico, de toda a MAP - especialmente o músculo puborretal - , e das condições da mucosa retal (pele que reveste o reto internamente). Mulheres no pós-parto e menopausa necessitam uma atenção especial.

Tratamento

Como em praticamente todos os problemas do assoalho pélvico, o sucesso do tratamento vai depender da precisão do diagnóstico. Problemas de incoordenação podem ser regredidos facilmente com exercícios que estimulem a percepção e o conhecimento da musculatura afetada. Mas, do mesmo modo que na retenção urinária, a maioria dos casos de constipação são causados por comportamento inadequado, seja a postura incorreta no vaso sanitário, desrespeito do desejo de evacuar (segurar por muito tempo), baixa ingesta hídrica, etc. Deste modo, a primeira etapa é tratar a parte psíquica do problema, ou seja, fazer o que chamamos reeducação.

Estar atenta para perceber e reconhecer o desejo evacuatório (vontade de evacuar) e respeitar este momento é fundamental. Conhecer a técnica correta de se sentar no vaso sanitário, de maneira relaxada e despreocupada, assim como relaxar totalmente a MAP, requer treino e é uma prática que deve ser exercitada continuamente. Em seguida devem ser identificados os componentes físicos do problema. Um médico ginecologista ou fisioterapeuta especialista podem examinar com precisão o estado dos esfíncteres anais e especialmente do músculo puborretal (componete da MAP importantíssimo na evacuação). A alteração em qualquer um destes componentes pode estar causando ou piorando um caso de constipação. Felizmente existe tratamento a partir de fisioterapia para todas estas situações. Contudo, o sucesso do tratamento depende da precisão no diagnóstico. Diagnósticos imprecisos levam a tratamento equivocados, que podem ao invés de melhorar, piorar o problema.

Para os casos de incoordenação do puborretal ou dos esfíncteres, a terapia manual e o biofeedback fornecem resultados excelentes. Casos de baixa sensibilidade da ampola retal também podem ser regredidos através de ressensibilização com eletroterapia e/ou balão de ressensibilização, dependendo de cada caso. Dificuldade no trânsito intestinal pode ser estimulada instantaneamente com massagem específica pelo trajeto intestinal.

Fonte: Perineo.net